Os ares de Buenos Aires
Regressando a Lisboa, com algum capital, fruto do seu labor nas terras do Eldorado, abriu aquele modesto estabelecimento, na esperança de poder viver, ele e a sua família, dos lucros que lhe adviessem do negócio.
Na parte superior da porta da entrada, havia um caixilho envidraçado, a que vulgarmente se chamava "bandeira". Nesse vidro, em forma de meia-lua, ele mandou pintar um céu azul, com algumas estrelas douradas, e no meio um touro.
Perguntaram-lhe os clientes o significado daquele "vitral", se é que tinha algum significado simbólico.
"Claro, é a capital da Argentina: "Buey nos Aires!"
Navegando em busca de uma possível passagem do Atlântico para o Pacífico, Juan Diaz de Solis encontrou, em 1516, o vasto estuário do Rio de la Plata. Vinte anos mais tarde , em 1536, Pedro de Mendoza fundou, no estuário, uma cidade a que deu o nome de Santa Maria del Buen Aire.
Essa primeira instalação dos espanhóis foi depois destruída pelos indígenas.
Só em 1580, Juan de Garay, fundou novamente uma cidade naquele local, e desta vez definitivamente, para se tornar na magnífica capital da Argentina de hoje..
O nome que lhe pôs não foi demasiado curto: Ciudad de la Santissima Trinidad y Puerto de Santa Maria de Buenos Aires. Para os amigos, "Buenos Aires".
Mas, em todos os documentos oficiais tinha que figurar o nome oficial completo. Como, por exemplo, neste documento notarial:
"en esta dha Ciudad de la Trinidad Puerto de Santa Maria de Buenos ayres en doze dias del mes de Henero de mil y seis cientos y cinquenta y siete años ante mi y dos testigos q’lo firmaron..."
2 Comments:
Gostei muito do seu blog, caro Inácio. Ganhou um leitor.
Nao esqueca, que quanto a esta coisa de nomes, nos portugueses tambem gostavamos de os por grandes, ex: Sao Paulo da Assuncao de Luanda, Sao Filipe de Benguela, ou Santo Nome de D*us de Macau.
Shalom.
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